Um dos problemas de saúde que mais incidem sobre os brasileiros tem seu dia lembrado nesta sexta-feira, dia 19 de maio. Neste Dia Nacional de Combate à Cefaleia, profissionais e instituições de saúde se mobilizam para orientar sobre os riscos e formas de prevenção. Os números são impressionantes. Estima-se que 3 a 7% da população apresentam dores de cabeça frequentes, em mais de 15 dias por mês, durante pelo menos 3 meses seguidos. Dados da Sociedade Brasileira de Cefaleia, detectou que cerca 90% das pessoas apresentam dor de cabeça pelo menos uma vez na vida.
Entre este contingente, cerca de 70% das mulheres e 50% dos homens sofrem o mal pelo menos uma vez ao mês. Há 13 milhões de brasileiros que sentem dor de cabeça 15 ou mais vezes por mês, o que caracteriza cefaleia crônica. “Estes números explicam porque a dor de cabeça é uma das principais causas que levam as pessoas a procurarem o médico ou instituição de saúde”, afirma o neurocirurgião Eduardo Silva, do Austa Hospital e do Centro do Cérebro e Coluna (CCC) e professor da Faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp).
Há dois tipos de cefaleia. A primária, cuja causa é indefinida, e a secundária, provenientes de doenças orgânicas de origem intracraniana ou doenças sistêmicas. As mais comuns entre as primárias são a migrânea ou enxaqueca, tipo tensional e cefaleias autonômicas do trigêmeo.
“As cefaleias secundárias devem ser consideradas como sinais de alerta e acompanhadas, porque aparecerem em decorrência de outras enfermidades tais como os tumores, as hemorragias intracranianas, infecções, inflamações, parasitas, hidrocefalia, intoxicação exógena, distúrbios metabólicos, acidente vascular cerebral e traumatismo crânio encefálico”, ressalta o neurocirurgião do Austa Hospital e CCC.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), existem cerca de 200 tipos diferentes de cefaleias, sendo que a tensional atinge mais de 90% das pessoas e a migrânea ou enxaqueca constitui a segunda causa mais comum. A cefaleia de tensão é causada pela contratura muscular nos músculos da cabeça, do pescoço, dos ombros e da coluna, tem intensidade leve a moderada com duração média de 3 horas.
A enxaqueca caracteriza-se por crises repetidas de cefaleia de 4 a 72 horas, sem evidências de outra causa. A dor costuma ser unilateral, de caráter pulsátil, piora com o movimento, pode ser de intensidade grave ou moderada, com náuseas, vômitos, fotofobia e fonofobia e às vezes com manifestações transitórias (hemianopsia, parestesia, paresia, ataxia e turvação visual que caracteriza a aura). Atinge cerca de 12% da população anualmente (15% mulheres e 6% homens). A dor da enxaqueca pode ser desencadeada por luzes brilhantes, som alto, odores, fome, estresse, esforço físico, altitude, mudanças de temperatura, alterações hormonais na menstruação, falta ou excesso de sono, uso de álcool, tabaco e outras substâncias químicas. Com menos frequência pode apresentar dor e dormência nas mãos e língua, fraqueza nos braços e nas pernas, e distúrbios visuais.
Quando há a suspeita de cefaleia secundária, o médico conta com tecnologia em exames de imagem, de líquor e sangue realizados no Austa Medicina Diagnóstica. O Centro do Cérebro e Coluna também é referência em exames de imagem.
O médico Eduardo Silva salienta que muitos casos de cefaleias primárias podem ser evitados por mudanças no estilo de vida: alimentação saudável, sono restaurador, atividade física, evitar excesso de luz artificial azul violeta e radiações eletromagnéticas emanadas pelas telas de celulares, computadores e aparelhos de televisão e de suma importância o controle do estresse. “Há como se prevenir também evitando os chamados gatilhos da dor, como o uso frequente de medicações analgésicas, a exposição a ambientes poluídos e muito iluminados, uso de alimentos com glutamato monossódico, refrigerantes, café, excesso de bebidas alcoólicas, queijo, frituras, frutas cítricas, enlatados e embutidos”, enumera o neurocirurgião. Atividades, como exercício aeróbico, ioga, tai chi chuan, massagem, sono reparador de 7 a 8 horas/noite, controle do estresse e meditação podem contribuir para amenizar ou parar a dor, segundo o médico.
O tratamento da cefaleia primária pode ser sintomático, isto é, utilizado na fase aguda ou álgica, e profilático, com o objetivo de controlar ou reduzir o número e/ou a intensidade das crises. Em casos de crise de forte intensidade ou recorrentes podem ser usados medicamentos como analgésicos, anti-inflamatórios, antiepilépticos e antidepressivos entre outras.
Já o tratamento das dores de cabeça secundárias depende da causa, pontua o neurocirurgião do Austa Hospital. “No caso de intoxicação ou infecções, por exemplo, recomenda-se tratamento sintomático, anti-inflamatórios e antibióticos; nos demais condições além do tratamento clínico na maioria das vezes há indicação de correção através de cirurgia”, diz o médico.
Com o objetivo de manter o cérebro sadio e principalmente sem dor de cabeça, Dr. Eduardo Silva recomenda que se elimine ou controle os prováveis gatilhos que contribuem para o desencadeamento das cefaleias de origem primária e se previna, sempre que possível, o aparecimento ou o agravamento das secundárias. “Se porventura apresentar uma dor súbita, de forte intensidade, com piora progressiva e rebelde a medicamentos, procure o mais rápido possível atendimento médico especializado para elucidação da causa e tratamento adequado”, finaliza o neurocirurgião.
*Com informações da Assessoria de Imprensa