A artrose no quadril atinge ao menos 10 milhões de brasileiros, impondo a boa parte deles fortes dores e o uso de bengala ou andador. O número impressionante foi revelado em levantamento divulgado este ano pelo Ministério da Saúde.
“Muitas destas pessoas sequer têm condições de ações simples, rotineiras, como, por exemplo, por as meias”, afirma o ortopedista prof. dr. Alceu Chueire, membro titular da Sociedade Brasileira de Quadril, professor livre docente da Faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp), chefe do Departamento de Ortopedia e Traumatologia Famerp/Funfarme e médico da clínica Santa Rita.
Felizmente, Alceu tem uma boa notícia: uma técnica cirúrgica vem sendo realizada, com resultados bastante positivos: é a artroplastia total do quadril (ATQ), na qual o cirurgião ortopédico implanta uma prótese feita com material de baixa fricção no quadril. O impacto é tamanho que a Lancet, uma das revistas científicas de maior prestígio no mundo, publicou reportagem sobre a técnica com o título “A operação do século: recapacificação total do quadril”.
“Pacientes com artrose do quadril que já haviam se conformado a passar o resto da vida com dores, usando bengala ou andador começam a caminhar ainda no hospital, algumas horas após a cirurgia”, afirma Dr. Alceu, que lidera uma equipe que realiza a artroplastia total do quadril (ATQ) no Hospital de Base de Rio Preto.
Esta cirurgia é indicada para pacientes com osteoartrite do quadril, ou seja, em que há um desgaste entre a cabeça femoral (extremidade superior do fêmur) e o acetábulo, como é chamada a cavidade existente em cada lado da pélvis (quadril). “Neste procedimento, substituímos a articulação desgastada por componentes metálicos e plásticos, compondo um novo quadril seguro e confortável. Após a recuperação da cirurgia, a pessoa não sente mais dores, recupera os movimentos da articulação, o que permite o retorno às atividades de vida diária e de locomoção, como sentar, andar, subir e descer escadas”, explica Dr. Alceu Chueire, que possou mestrado e doutorado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
A evolução da medicina no tratamento da artrose ganha ainda mais relevância, segundo o ortopedista, porque é um problema que atinge sobretudo os idosos, contingente que mais cresce no país. Segundo o IBGE, entre 2012 e 2021, a parcela de pessoas com 60 anos ou mais saltou de 11,3% para 14,7% da população brasileira. Em números absolutos, esse grupo etário passou de 22,3 milhões para 31,2 milhões, crescendo 39,8% no período.
Há como prevenir a artrose, salienta o ortopedista. “Hábitos de vida como a prática correta de exercícios, alimentação balanceada, controle de peso, entre outros, são fatores preditivos para evitar o surgimento e evolução da artrose. Entretanto, há de se considerar a questão genética. Havendo casos de artrite e artrose na família, é essencial buscar orientação e acompanhamento médico, antes mesmo de surgirem os primeiros sintomas”, recomenda Dr. Alceu Chueire.
Fundamental também é estar atento aos sintomas da artrose do quadril, que normalmente se iniciam de forma leve e se agravam com o passar do tempo à medida em que aumenta o desgaste na cabeça do fêmur. “O primeiro sintoma é a dor localizada no quadril, geralmente na parte interna da coxa, podendo ir para a virilha. Em alguns casos, a dor pode irradiar até a região do joelho, dando a sensação de que o problema se encontra na coxa e não no quadril. Logo que perceber esta dor, a pessoa já deve procurar o médico”, afirma o ortopedista.
A evolução do problema consiste no agravamento das dores com esforços em pé, movimentos ou atividades físicas, sendo que melhora levemente quando a pessoa está em repouso. Com o passar do tempo, a articulação bloqueia o movimento, podendo até mesmo limitar a movimentação normal do quadril em atividades simples, como cruzar a perna, calçar sapato ou cortar as unhas.
Já neste estágio, o tratamento indicado é o cirúrgico como a artroplastia total do quadril (ATQ).
*Com informações da Assessoria de Imprensa
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