Campanha Junho Laranja alerta para a anemia falciforme e leucemia

Por

A anemia falciforme e as leucemias, doenças que impactam muito na qualidade de vida das pessoas, são os focos da campanha “Junho Laranja”, que envolve instituições e profissionais de saúde com o objetivo de chamar a atenção da população para elas.

Todo ano, ao menos 2,5 mil crianças nascem com anemia falciforme no Brasil, segundo a Organização Mundial de Saúde. “É a doença genética hereditária de maior prevalência no mundo”, destaca o hematologista Carlos Maluf Homsi, do Austa Hospital, de Rio Preto. “A anemia compromete muito a qualidade de vida, no entanto, se diagnosticada precocemente, pelo teste do pezinho, logo após o nascimento, a criança recebe tratamento e acompanhamento adequados, minimizando o impacto”, diz o hematologista.


A leucemia merece também a mesma atenção a partir do nascimento, pois, segundo Maluf, o risco desta doença se desenvolver é maior em crianças de até 5 anos. “Após essa idade, o risco diminui lentamente até a faixa dos 20 anos, voltando a aumentar após os 50 anos. Cerca de 40% dos casos de leucemia linfoide aguda acontecem em adultos”, afirma o médico do Austa Hospital.

Mais de 11 mil brasileiros devem ter leucemia, entre 2023 e 2025, estima o Instituto Nacional do Câncer (INCA).


O hematologista do Austa Hospital ressalta ser o diagnóstico precoce fundamental porque permite que os pacientes sejam acompanhados por toda a vida por uma equipe multiprofissional que vai acolher, tratar e orientar o paciente, assim como dará suporte à sua família. A equipe pode ser formada por médicos, enfermeiros, assistentes sociais, nutricionistas, psicólogos, dentistas entre outros.


Saiba mais sobre a anemia falciforme e a leucemia linfoide aguda


A anemia falciforme é uma doença hereditária (passa dos pais para os filhos) caracterizada pela alteração dos glóbulos vermelhos do sangue, tornando-os parecidos com uma foice, daí o nome falciforme.


Essas células têm sua membrana alterada e rompem-se mais facilmente, causando anemia. A hemoglobina, que transporta o oxigênio e dá a cor aos glóbulos vermelhos, é essencial para a saúde de todos os órgãos do corpo. Essa condição é mais comum em indivíduos da raça negra.
No Brasil, representam cerca de 8% dos negros, mas devido à intensa miscigenação historicamente ocorrida no país, pode ser observada também em pessoas de raça branca ou parda.


“A anemia falciforme pode se manifestar de forma diferente em cada indivíduo. Uns têm apenas sintomas leves, outros apresentam um ou mais sinais”, pontua Dr. Maluf. Segundo ele, os sintomas geralmente aparecem na segunda metade do primeiro ano de vida da criança. Ele cita os mais comuns:

  • dores nos ossos e nas articulações, podendo, porém, atingir qualquer parte do corpo;
  • maior propensão a infecções e, principalmente as crianças podem ter mais pneumonias e meningites;
  • úlcera (ferida) mais frequente próxima aos tornozelos, a partir da adolescência;
  • sequestro do sangue pelo baço, que pode levar rapidamente à morte por falta de sangue para os outros órgãos, como o cérebro e o coração.
    O diagnóstico da anemia é feito através do exame eletroforese de hemoglobina. O teste do pezinho, no entanto, realizado antes do bebê receber alta da maternidade, permite a detecção precoce de hemoglobinopatias, como a anemia falciforme.

Leucemia linfoide aguda


É uma doença maligna dos glóbulos brancos, geralmente de origem genética, que tem como principal característica o acúmulo de células doentes na medula óssea, que substituem as células sanguíneas normais.


Os quatro principais tipos de leucemias são a mieloide aguda (LMA), a mieloide crônica (LMC), a linfoide aguda (LLA) e a linfoide crônica (LLC). “Será classificada como “aguda” ou “crônica” de acordo com a velocidade de crescimento das células doentes assim como de sua funcionalidade. A leucemia aguda progride rapidamente e produz células que não estão maduras e não conseguem realizar as funções normais”, explica o hematologista do Austa Hospital.


O médico enfatiza que a leucemia crônica, entretanto, normalmente progride lentamente e os pacientes têm um número maior de células maduras. No geral, essas poucas células maduras conseguem realizar algumas das funções normais.
A leucemia também é classificada a partir do tipo de célula do sangue que está doente. As células doentes da leucemia são os glóbulos brancos. Um tipo de glóbulo branco doente é chamado de “mieloide” e o outro tipo de “linfoide”.


As alterações genéticas que levam ao aparecimento da leucemia não estão bem estabelecidas, mas, segundo o INCA, a associação de alguns fatores pode elevar o risco para a doença, como tabagismo, histórico familiar, realização de quimioterapia, Síndrome de Down, exposição a agrotóxicos, ao benzeno e à radiação ionizante e algumas doenças sanguíneas.
Os principais sintomas que devem ser considerados são anemia, palidez, sonolência, fadiga, palpitação, sangramentos na gengiva e nariz, manchas roxas na pele ou pontos vermelhos. Além destes sintomas, podem surgir gânglios linfáticos inchados, perda de peso sem motivo aparente, febre alta contínua, desconforto abdominal e dor nas articulações e nos ossos.
É essencial a avaliação médica e, por meio da coleta de medula óssea e a realização de exames específicos conclui-se um diagnóstico mais preciso da doença.


O tratamento envolve o uso de medicamentos quimioterápicos, controle de infecções e hemorragias, além de medidas de prevenção da doença no cérebro. Em algumas situações, a indicação é também de transfusão de sangue, radioterapia e de transplante de medula óssea.

*Com informações da Assessoria de Imprensa