Em um cenário de alta volatilidade, o dólar superou a marca de R$ 5,50, atingindo o maior patamar desde o início de agosto. Paralelamente, a bolsa de valores registrou o segundo dia consecutivo de queda, acumulando um recuo de quase 4% no mês de outubro. O mercado financeiro reage a um conjunto de fatores, incluindo o acirramento das tensões comerciais entre Estados Unidos e China, bem como preocupações crescentes em relação à situação fiscal do Brasil.
O dólar comercial encerrou o dia cotado a R$ 5,503, representando uma valorização de R$ 0,128, ou 2,38%, em relação ao dia anterior. A moeda abriu em baixa, chegando a R$ 5,36, mas rapidamente reverteu a trajetória. O pico do dia foi registrado após as 14h, quando a cotação alcançou R$ 5,51. Com o desempenho de hoje, o dólar acumula alta de 3,13% na semana e 3,39% no mês. Apesar da recente valorização, a moeda americana ainda registra uma queda de 10,95% em 2025.
No mercado de ações, o índice Ibovespa da B3 fechou em 140.680 pontos, com uma retração de 0,73%. Atingindo o menor nível desde 3 de setembro, o índice acumula perdas de 2,44% na semana e 3,8% no mês.
A combinação de fatores externos e internos tem pressionado o real, que apresentou o pior desempenho entre as moedas de países emergentes. No cenário internacional, o presidente dos Estados Unidos intensificou a pressão sobre a China, mencionando um possível aumento de tarifas sobre produtos chineses em resposta à decisão de Pequim de expandir os controles de exportação de terras raras.
Na noite desta sexta, foi anunciado uma nova tarifa de 100% sobre produtos chineses. Os preços do petróleo também sentiram o impacto, recuando mais de 4% e atingindo o menor nível em cinco meses. O barril do Tipo Brent encerrou o dia cotado a US$ 62,73, com uma queda de 3,82%. As bolsas de valores dos Estados Unidos também apresentaram quedas acentuadas.
No Brasil, a instabilidade externa se soma às preocupações com as contas públicas para 2026. A recente rejeição da medida provisória que visava aumentar a tributação de investimentos resultou em um rombo de R$ 17 bilhões nas contas do governo para o próximo ano. O governo deverá discutir alternativas para compensar a perda de arrecadação na próxima semana.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br