Neste domingo, dia 26 de março, o “Dia Roxo” (Purple Day) ou o Dia Mundial de Conscientização Sobre a Epilepsia, data em que instituições de saúde adotaram para chamar a atenção para esta doença que, somente no Brasil, acomete entre 2 e 4 milhões de pessoas, segundo o Ministério da Saúde.
“É dia para falar sobre a doença, dissipar mitos e mostras às pessoas com essa condição que elas não estão sozinhas”, afirma a médica neurologista Naira Juliana Gomes, do Austa Hospital, de Rio Preto.
Ela explica que a epilepsia, diferentemente das outras doenças, tem como característica diagnóstica uma avaliação de risco, ou seja, é uma doença neurológica que se caracteriza pelo risco de recorrência de crises epilépticas não provocadas recorrentes. “Definimos essa doença pelo risco de recorrência das crises e não pela frequência atual com que acontecem”, relata a neurologista.
O quadro clínico na epilepsia pode ser bem diversificado dependendo da região cerebral acometida. As crises podem ser focais ou generalizadas. As focais envolvem apenas um lado do cérebro, já as generalizadas, envolvem rapidamente as redes neurais dos dois hemisférios cerebrais.
Segundo a neurologista do Austa Hospital, o paciente pode apresentar como sintoma, a parada de comportamento, com sensação de ter “desligado” por alguns instantes, sensações estranhas, como distorção da percepção ou movimentos descontrolados de uma parte do corpo, podem sentir medo repentino, desconforto no estômago, ver ou ouvir de maneira diferente.
O diagnóstico da epilepsia tem como base a história clínica, exame físico, neuroimagem (Ressonância Magnética de Crânio) e eletroencefalograma, informa a neurologista. Todos os exames precisam ser realizados para prever quais as chances de recorrência de uma segunda crise e assim estabelecer o tratamento adequado com objetivo de minimizar e gerenciar o risco de novas crises.
“Muitas vezes, a causa para essa enfermidade é desconhecida, mas pode estar relacionada a alterações estruturais cerebrais, como sequela de AVC, meningite, neurocisticercose, traumatismo crânio encefálico, além de malformação congênita e alterações genéticas”, finaliza a neurologista Naira Juliana Gomes.