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Esposa de Ex-Procurador do INSS Silencia em CPMI sobre Desvio de Recursos

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© Lula Marques/ Agência Braasil.

A esposa do ex-procurador-geral do INSS, Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, Thaisa Hoffmann Jonasson, permaneceu em silêncio durante a maior parte de seu depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Thaisa, proprietária de empresas de consultoria, é considerada por membros da comissão como envolvida em um esquema de desvio de recursos de aposentados e pensionistas.

Amparada por um habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Thaisa exerceu o direito de não responder a perguntas que pudessem incriminá-la. Sua advogada justificou a recusa em prestar compromisso de dizer a verdade devido à sua condição de investigada e à existência de um pedido de prisão preventiva.

As investigações apontam que Thaisa movimentou pelo menos R$ 18 milhões provenientes do esquema. A maior parte desses recursos teria sido paga pelo lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, que é acusado de movimentar R$ 2 bilhões em fraudes.

As empresas de Thaisa, Curitiba Consultoria e Centro Médico Vitacare, receberam aproximadamente R$ 11 milhões de Careca do INSS. A THJ Consultoria, outra empresa da depoente, recebeu R$ 3,5 milhões de um núcleo do esquema sediado em Sergipe.

De acordo com o relator da CPMI, as fraudes consistiam na falsificação de autorizações de idosos para que se tornassem mensalistas de serviços prestados por associações e sindicatos. Acordos irregulares com o INSS eram usados para descontar automaticamente mensalidades das aposentadorias e pensões.

Em uma das poucas declarações, Thaisa afirmou que recebeu o dinheiro de três empresas de Careca do INSS como pagamento por serviços de pareceres médicos. Médica endocrinologista, ela se comprometeu a apresentar à comissão documentos que comprovassem os serviços prestados a partir de 2022.

O relator da CPMI mencionou uma reportagem que acusa Thaisa e seu marido de negociarem um imóvel de R$ 28 milhões em Santa Catarina. Além disso, Virgílio de Oliveira Filho teria comprado um carro Porsche e outros veículos de luxo após o início da Operação Sem Desconto, em abril de 2025. O deputado considerou que os valores são incompatíveis com o cargo de servidor público de Ribeiro.

O presidente da CPMI declarou que a depoente foi bem orientada pela defesa e que, embora ela tenha o direito de permanecer em silêncio, os fatos já revelam a situação: o marido procurador do INSS e a compra de um imóvel em área nobre.

O ex-procurador-geral do INSS, Virgílio Oliveira Filho, deverá prestar depoimento à CPMI. As investigações indicam que Oliveira Filho, afastado do cargo por decisão judicial, recebeu R$ 11,9 milhões de empresas ligadas a associações investigadas por descontos irregulares em benefícios previdenciários.

Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

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