O ex-diretor de Governança, Planejamento e Inovação do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alexandre Guimarães, compareceu à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS nesta segunda-feira (27), onde negou veementemente qualquer ligação com políticos em sua trajetória profissional no serviço público. Guimarães, que ocupou o cargo de 2021 até o início de 2023, afirmou ter conquistado suas posições através da distribuição de currículos a parlamentares.
“Não tenho relação com políticos”, declarou Guimarães, embora tenha admitido que sua indicação ao INSS ocorreu após um breve encontro com o deputado Euclydes Pettersen (Republicanos-MG).
A investigação sobre Guimarães se intensificou após a suspeita de que ele teria recebido R$ 313 mil de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, apontado como um dos principais operadores de um esquema de fraudes que envolvia descontos indevidos em benefícios previdenciários.
Durante o depoimento, Guimarães confirmou que conheceu Antunes em 2022, mas alegou que os repasses foram legais e referentes ao fornecimento de material de educação financeira de sua empresa para uma consultoria pertencente a Antunes e seu filho. Ele admitiu que a empresa de Antunes era sua única cliente e que encerrou a prestação de serviços após a Polícia Federal (PF) desmantelar o esquema de cobranças não autorizadas de aposentados e pensionistas.
Guimarães negou qualquer envolvimento na celebração de acordos entre o INSS e as entidades responsáveis pelos descontos ilegais durante seu tempo no cargo, alegando ter tomado conhecimento do esquema somente após a operação da PF.
Em resposta, o deputado Pettersen confirmou a possibilidade do encontro, mas negou qualquer irregularidade, afirmando que cada indicado é responsável por seus próprios atos.
O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), anunciou a intenção de convocar Pettersen e o senador Weverton Rocha (PDT-MA) para prestar esclarecimentos à comissão. Há um requerimento formal para a convocação de Rocha, alegando que o senador teria recebido o Careca do INSS em seu gabinete. A CPMI deverá votar os pedidos de convocação de parlamentares e a ampliação das quebras de sigilo dos investigados.
Em nota, o senador Rocha expressou surpresa com a menção de seu nome, afirmando não ser alvo de investigação.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br