De acordo com a Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG), atualmente cerca de 2,5 milhões de pessoas, com mais de 40 anos, podem ter glaucoma no Brasil e, muito provavelmente, a maioria delas ainda não sabem que têm a doença.
Isso acontece porque o glaucoma se instala de forma silenciosa, sem dar sinais nos estágios iniciais, fazendo com que o paciente só busque tratamento ao perceber alguns sintomas, como vermelhidão e dores intensas ao redor dos olhos.
Contudo, dados apresentados em um novo estudo sugerem que será possível identificar ainda mais casos com antecedência, com base no histórico de saúde dos pacientes.
A renomada revista inglesa Clinical Ophthalmology publicou em agosto de 2022 os resultados de uma pesquisa que aponta que quanto mais cedo uma pessoa desenvolver hipertensão ou diabetes tipo 2, maiores são as chances de desenvolver também glaucoma primário de ângulo aberto (GPAA), que é o tipo mais comum, representando cerca de 80% dos casos. “Essa é uma importante descoberta, pois ao relacionar as duas doenças, que são bem comuns, ao glaucoma, será possível detectá-lo cada vez mais cedo e, assim, iniciar os tratamentos indicados, evitando suas consequências mais graves”, afirma Juliana Martins Bento de Souza, especialista em Glaucoma no Horp de R
O glaucoma é uma doença do nervo óptico que impede a transmissão dos sinais visuais ao cérebro. Na maioria dos casos, esses danos ocorrem devido a um aumento da pressão intraocular, mas vale ressaltar que existem condições mais raras, que podem ser desencadeadas devido a uma inflamação ou infecção direta do nervo óptico. Quando o tratamento não é feito da forma correta ou muito tardiamente, há um grande risco de haver perda irreversível da visão, e, por conta disso, o glaucoma detém o título de maior responsável pelos casos de cegueira irreversível no mundo.
“Normalmente, recomendamos que os exames de rotina para glaucoma comecem a ser realizados anualmente a partir dos 35 anos, mas, em pacientes que já têm predisposição, iniciar o tratamento nessa faixa etária pode ser tarde demais. Por isso, essa descoberta é uma importante aliada que pode nos ajudar a detectar casos muito mais cedo com base no histórico de saúde”, explica Dra. Juliana.
Atualmente ainda não existe uma cura para o glaucoma, mas não há motivo para desespero: seguindo uma rotina de exames preventivos, não só oftalmológicos, mas também de outras áreas da saúde, e mantendo um estilo de vida saudável, torna-se muito mais fácil evitar doenças crônicas. Vale lembrar que dia 26 de maio é o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, mas não devemos esperar este dia para cuidarmos da nossa visão e da nossa saúde de forma geral.
*Com informações da Assessoria de Imprensa