A crescente popularidade da inteligência artificial generativa tem gerado debates sobre seu impacto no mercado de trabalho. Em meio a temores de substituição de profissionais por robôs, uma análise econômica recente questiona a narrativa de que o ChatGPT seja o responsável por uma queda nas vagas de emprego.
Um gráfico que circulou online sugeria uma correlação entre o lançamento do ChatGPT, em novembro de 2022, e uma redução drástica no número de vagas, enquanto o índice de ações S&P 500 apresentava um crescimento significativo. Contudo, o economista Derek Thompson contesta essa interpretação, argumentando que a situação é mais complexa.
Segundo Thompson, a política monetária do Federal Reserve (FED), o banco central dos EUA, teve um papel crucial nesse cenário. Em março de 2022, o país atingiu um pico de 11,5 milhões de vagas de emprego, o que levou o FED a aumentar as taxas de juros para combater a inflação. Essa medida resultou em instabilidade no mercado, com aumento das taxas de crédito e empréstimo, impactando o investimento e a atividade econômica de diversas empresas e, consequentemente, as contratações.
Adicionalmente, o economista aponta que políticas tarifárias e de imigração também podem ter contribuído para limitar o crescimento da força de trabalho e a criação de empregos.
Contrariando a crença popular, os setores mais afetados pela diminuição de vagas não foram os de tecnologia, mas sim os de manufatura, construção e extração de energia, que são mais sensíveis às altas taxas de juros. O setor de tecnologia da informação (TI), por sua vez, apresentou o menor declínio no número de vagas, refutando a ideia de uma substituição em massa de profissionais por IA nesses segmentos.
Embora a IA possa eventualmente substituir algumas profissões, a análise sugere que a queda nas vagas de emprego observada não pode ser atribuída unicamente ao ChatGPT, mas sim a uma combinação de fatores econômicos e políticos.
Fonte: thebrief-newsletter.beehiiv.com
