Nesta sexta-feira, dia 12 de setembro, o desaparecimento de Carmen de Oliveira Alves, de 26 anos, completa três meses, e a família diz não ter esperança de encontrá-la viva. A jovem desapareceu em 12 de junho, Dia dos Namorados, após fazer uma prova do curso de zootecnia na Universidade Estadual Paulista (Unesp).
A polícia trata o caso como feminicídio, mas o corpo ainda não foi localizado. A investigação apontou o namorado da vítima, Marcos Yuri Amorim, e o policial militar ambiental da reserva, Roberto Carlos Oliveira, como os principais suspeitos.

Roberto foi indicado como amante de Marcos Yuri em um “triângulo amoroso”. Os dois estão presos preventivamente.
Em 27 de agosto, os policiais fizeram a reconstituição do crime com base na versão de Marcos. Sete dias depois, foi a vez de Roberto participar de outra reconstituição, que ocorreu no sítio do namorado, onde o crime teria acontecido. Ambos foram indiciados pela Polícia Civil em 4 de setembro.
Em entrevista ao g1, o arte educador Lucas de Oliveira Alves, de 28 anos, irmão de Carmen, diz que a família já se conformou com a possibilidade da morte dela.
À TV TEM, o delegado responsável pelo caso, Miguel Rocha, informou que Marcos e Roberto vão responder por feminicídio, ocultação de cadáver, supressão de documento e fraude processual. O policial militar ambiental da reserva também será responsabilizado por falso depoimento, pois ele mudou a primeira versão do depoimento dele durante as investigações.
Na quarta-feira (10), quando completou 90 dias do desaparecimento da estudante, a família e os amigos fizeram uma vigília em frente à Delegacia de Polícia de Ilha Solteira. Todos levaram velas e fizeram homenagens.
Lucas diz que os pais têm acompanhado de perto as investigações e reconheceu que a polícia não tem medido esforços para tentar localizar o corpo, mas, segundo ele, a ausência de uma pista concreta é angustiante.
Ainda conforme o irmão, apesar de Carmen cursar Zootecnia, ela sempre gostou de ler. A família encontrou diversos textos escritos pela jovem e pretende levá-los para uma exposição em homenagem à vítima.
Investigação
O delegado responsável pelo inquérito policial afirmou que a investigação apontou as seguintes motivações para o assassinato:
- Carmen pressionou Yuri para que assumisse o relacionamento. Apesar de a família da vítima conhecer a relação, ela não era pública;
- Carmen descobriu que ele cometia crimes, como furtos, e elaborou um dossiê no computador com provas, que foi deletado posteriormente;
- Havia um triângulo amoroso: o policial da reserva preso ajudou Yuri no crime e mantinha uma relação com ele, segundo a polícia.
Desaparecimento
Conforme a mãe relatou à polícia, um dia antes do sumiço, em 11 de junho, por volta das 23h, a jovem saiu de casa com uma bicicleta elétrica de cor preta. A bicicleta dela não foi localizada. Familiares ainda afirmaram que Carmen nunca havia desaparecido antes.

Após o ocorrido, parentes e amigos auxiliaram os policiais nas buscas e fizeram várias manifestações pedindo respostas para o caso. Entre os locais vasculhados estava a região próxima ao rio da cidade, onde o sinal do celular de Carmen foi captado pela última vez.
Também foram realizadas buscas em uma área de mata próxima à universidade, onde foram encontradas marcas de pneus compatíveis com os da bicicleta elétrica que ela usava no momento do desaparecimento.
Segundo o boletim de ocorrência, a estudante estava na Universidade Estadual Paulista (Unesp), onde fez uma prova do curso, antes de desaparecer. Ela foi vista pela última vez perto de um ginásio.