Um pai denunciou um caso de discriminação envolvendo seu filho de 10 anos, estudante em Santo Antônio do Aracanguá, interior de São Paulo. O motivo da denúncia é a descoberta de um “diário” contendo ofensas racistas escritas por colegas de classe da Escola Maria José Jesus Costa.
De acordo com o relato do pai, o menino, aluno do quarto ano, tem sido alvo de discriminação na escola devido à sua cor da pele e condição financeira. Ele afirma que o filho é chamado de “macaco”, “preto”, “maconheiro” e “mendigo” pelos colegas.
O pai tomou conhecimento do caso após uma colega da sala confirmar a existência e o conteúdo do diário. Segundo ele, o material foi escrito por três alunos: dois meninos e uma menina. A situação causou profunda indignação no pai, que expressou a dificuldade de descrever o que sente diante do ocorrido.
A direção da escola chegou a marcar uma reunião com os pais dos alunos envolvidos, mas, conforme o pai da vítima, apenas ele e um outro responsável compareceram. Por residir em área rural, distante da delegacia, o pai informou que não registrou boletim de ocorrência, alegando dificuldades financeiras para se deslocar.
Em entrevista, a diretora do departamento municipal de Educação declarou que as crianças envolvidas foram orientadas sobre o ocorrido, enfatizando que o que eles alegaram ser uma “brincadeira” é inaceitável e demonstra falta de respeito ao próximo.
A Secretaria Municipal de Educação informou que, após tomar conhecimento do caso, solicitou um relatório detalhado à direção da escola. A instituição alega que os pais dos estudantes envolvidos foram chamados, informados e se comprometeram a orientar seus filhos. A escola também oferece acompanhamento psicológico coletivo e individualizado ao aluno, além de promover ações de conscientização sobre bullying e respeito às diferenças. O Departamento Municipal de Educação reforça que repudia qualquer forma de discriminação no ambiente escolar e que segue acompanhando o caso.
Fonte: g1.globo.com