No Estado de São Paulo, a chegada da quaresma é marcada não apenas por reflexões espirituais, mas também por mudanças nos hábitos alimentares, com o aumento significativo na demanda por peixes e bacalhau. Neste ano de 2024, porém, os consumidores enfrentam um desafio adicional: preços que atingiram níveis consideravelmente mais altos do que em anos anteriores.
Os dados obtidos através de pesquisas de preços realizadas em diversos estabelecimentos comerciais revelam um aumento médio nos preços dos peixes e do bacalhau que varia entre 15% e 25% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Esse aumento substancial reflete uma série de fatores que impactam diretamente os custos de produção, distribuição e comercialização desses produtos durante a temporada da quaresma.
Uma das principais razões para esse aumento de preços é a escalada dos custos de importação do bacalhau, um dos itens mais tradicionais e procurados durante esse período. A valorização do dólar em relação ao real, bem como as flutuações nos mercados internacionais, têm contribuído para tornar o bacalhau mais caro para os consumidores brasileiros. Além disso, as restrições e dificuldades logísticas decorrentes da pandemia de COVID-19 continuam a impactar as cadeias de abastecimento, aumentando os custos operacionais e, consequentemente, os preços ao consumidor final.
O despachante aduaneiro, Márcio Marcassa Jr, da Rio Port, de Rio Preto, afirma que o custo Brasil, entre eles, a greve do Ministério da Agricultura que já dura mais de um mês e os resquícios da pandemia nos custos logísticos acentuaram a alta dos preços. “Temos carretas paradas na fronteira por mais de uma semana, containeres com atrasos de liberação nos portos, tudo pela demora na inspeção por parte do Mapa”. Apesar da queda dos fretes da Europa, os valores não foram repassados. “No Brasil, geralmente, tudo sobe, mas quando desce, ninguém baixa, ninguém repassa o preço mais baixo para o consumidor final. Já o azeite, de fato, devido as safras fracas de 2022 e 2023 por conta da seca e calor extremo afetaram os preços, que hoje já estão quase o dobro de 2 anos atrás”.
No que diz respeito aos peixes frescos, tanto de água doce quanto de água salgada, os aumentos de preços também são perceptíveis. Fatores como o aumento dos custos de produção, transporte e armazenamento, juntamente com a crescente demanda durante a quaresma, contribuem para essa tendência de alta nos preços. Além disso, fenômenos climáticos, como secas e inundações, podem afetar a disponibilidade e o preço de certas espécies de peixes, exercendo pressão adicional sobre os preços.
Para os consumidores, o impacto desses aumentos de preços pode ser significativo, especialmente para aqueles que dependem de produtos como o bacalhau para celebrar suas tradições religiosas durante a quaresma. Muitas famílias podem se ver obrigadas a reavaliar seus orçamentos e buscar alternativas mais acessíveis, como peixes de água doce ou até mesmo substitutos vegetarianos.
Diante desse cenário, é fundamental que os consumidores estejam cientes das opções disponíveis no mercado e busquem realizar compras de forma consciente e planejada. Além disso, é importante que as autoridades governamentais estejam atentas aos impactos sociais e econômicos desses aumentos de preços e adotem medidas para mitigar esses efeitos, como políticas de controle de preços e incentivos à produção local.
Por: Assessoria de Imprensa
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