Peça no Sesc Rio Preto aborda as múltiplas sensações provocadas pelo medo

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Nesta quinta e sextadias 25 e 26, às 21h, o Sesc Rio Preto recebe a companhia franco-brasileira“Dos à Deux” com o espetáculo “Enquanto você voava eu criava raízes”. A obra que traz ao palco os múltiplos medos que atravessam os humanos para chegar nos sentimentos e emoções se valendo do diálogo ente corpos, artes visuais, cinema, dança e teatro. Os ingressos já estão à venda no site do Sesc SP, no Aplicativo Credencial Sesc SP ou presencialmente nas bilheterias das Unidades do Sesc, os valores variam entre R$ 10,00 e R$ 30,00

A partir de uma imersão profunda, em virtude do isolamento social causado pela pandemia, os artistas André Curti e Artur Luanda, fundadores da companhia Dos à Deux, encontraram na solidão a liberdade criativa para o espetáculo “Enquanto você voava, eu criava raízes”. O ponto de partida da dramaturgia visual, assim como suas obras anteriores, foi a palavra-chave Medo, mas não só como força paralisante, mas também como um impulso rumo ao renascimento.  

Num momento de instabilidade e fragilidade coletiva, André e Artur mergulharam nos múltiplos medos que nos atravessaram para, aos poucos, chegar a estados, sentimentos e emoções, a que deram o nome de “espaços íntimos de sensações”. Já nascemos com medo. O primeiro é o da nossa própria sombra, o encontro com o nosso duplo, mas sem rosto. Algo que desconhecíamos e que nos acompanha a vida inteira”, diz André. “Este trabalho, diferente dos outros, se manifestou de forma quase mitológica, recuperando o ritualístico, resgatando do teatro elementos fortes que são da tragédia – o ritual, a perda, a morte, a separação. Cada ‘quadro’, num primeiro instante, impõe uma leitura metafísica, revelando símbolos que reverberam no inconsciente. É um espetáculo para ver com os ouvidos e ouvir pelos olhos”, conta Artur.   

Numa fusão entre o teatro gestual e as artes visuais, a Cia. Dos à Deux propõe que o público assista ao espetáculo como que através de uma lente de cinema. Por trás dessa tela que se assemelha a um portal, como se fosse um grande oráculo dos sonhos, Artur e André criaram narrativas visuais. Mas é por meio de seus corpos, da fisicalidade e da virtuosidade, que a ilusão acontece em cena. Criados pelo diretor de fotografia Miguel Vassy e pela artista plástica Laura Fragoso, as imagens projetadas em cena dialogam com a dramaturgia, assim como a música original criada por Federico Puppi. 

Sobre a Cia. Dos à Deux 

Há 24 anos, André Curti e Artur Luanda Ribeiro iniciavam na França uma parceria artística com a criação da Cia. Dos à Deux. Eles se conheceram durante um festival em Paris e decidiram começar juntos uma pesquisa teatral e coreográfica, tendo como inspiração a obra “Esperando Godot”, de Samuel Beckett. Em 1998, nascia o primeiro trabalho, “Dos à Deux”, peça que deu nome à companhia. Descobertos no Festival de Avignon com esse primeiro trabalho, os dois então jovens criadores tiveram um imediato reconhecimento pela crítica e pelos curadores, lhes impulsionando pelas estradas de todos os países da Europa, além da África, América do Sul, Coreia do Sul e na Índia. 

A premiada companhia franco-brasileira de teatro gestual arrebatou plateias em mais de 50 países, somando mais de 2 mil apresentações por toda a Europa, África Central, Ásia, Polinésia Francesa, Emirados Árabes e América do Sul. O repertório é formado por 11 espetáculos: “Dos à Deux” (1998), “Je suis bien moi” (2000), “Fulyo” (2000), “Aux pieds de la lettre” (2002), “Saudade em terras d’água” (2005), “Fragmentos do desejo” (2009), “Ausência” (solo com Luís Melo, de 2012), “Dos à Deux – 2º ato” (2013) “Irmãos de sangue” (2013, “Gritos” (2016) e “Enquanto você voava, eu criava raízes” (2022). Em 2021, sete espetáculos da companhia foram exibidos na mostra online “Dos à Deux – A Singularidade de uma Trajetória”. 

Depois de mais de duas décadas instalada na França, desde 2015 a Cia. Dos à Deux passou a ter duas sedes: uma em Paris e outra no Rio de Janeiro. Para criar a sede carioca, Artur e André reformaram um antigo cortiço construído em 1846, no bairro da Glória. Além de abrigar a companhia, o espaço vem se estabelecendo como um local para oficinas e residências artísticas para outros grupos. 

SERVIÇO 


Espetáculo – Enquanto você voava eu criava raízes 

“Enquanto você voava, eu criava raízes” nenhuma palavra é dita, a dramaturgia é guiada pelos corpos em diálogo com as artes visuais, o cinema, a dança e o teatro. Nesse navegar por várias linguagens, os significados também se apresentam diversos e chegam ao público em camadas múltiplas e plurais. Assim, entre sonho e realidade, somos apenas um emaranhado de sombras e luzes, diante do imensurável, da imensidão e do mistério do abismo. 

Esse espetáculo é uma caminhada e, a um só tempo, perturba nossas percepções e revela a força do onírico. Um tempo-espaço em que o amor e a cura são manifestações de nossa consciência para além de nossos medos, angústias e feridas profundas, nem sempre possíveis de compreender a origem. E um universo cenográfico que nos transporta para um oráculo, um portal, o tempo suspenso de um sonho nos conduz aos nossos próprios sonhos, aos nossos próprios abismos. 

Uma experiência para ver com os ouvidos e ouvir com olhos. “As vozes serão silêncios e os olhares abissais”  

Dias 25 e 26, quinta e sexta, das 21h às 22h.
Local: 
Teatro Sesc Rio Preto

Ingressos:  

Disponíveis à venda no site do Sesc SP, no aplicativo Credencial Sesc SP e nas bilheterias das unidades do Sesc SP.
R$ 10,00 (credencial plena) 

R$ 15,00 (meia entrada) 

R$ 30,00 (inteira)