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Tesouro Direto: aprenda como investir em títulos públicos

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Na busca por uma remuneração maior do que a rentabilidade da poupança, muitas pessoas têm buscado entender mais sobre o Tesouro Direto. Isto porque é por meio dessa plataforma do governo que os investidores podem aplicar seus recursos nos títulos do Tesouro Nacional. Este tipo de investimento não está disponível para pessoa jurídica, apenas para pessoa física.

Além disso, os títulos ofertados no Tesouro Direto também tem atraído aqueles investidores que possuem interesse de investir para o longo prazo com investimentos em renda fixa. Afinal de contas, existem papéis emitidos pelo Tesouro Nacional com vencimentos até mesmo em 2050.

O que é o Tesouro Direto?

O Tesouro Direto é uma plataforma disponibilizada pelo Tesouro Nacional brasileiro onde são ofertados ao mercado títulos de renda fixa emitidos pelo governo. Isso significa que ao investir em um título do Tesouro Direto o investidor está, em outras palavras, financiando o orçamento do Estado.

Vale destacar que o Tesouro Direto foi criado em 2002, através de uma parceria entre o Tesouro Nacional e a Bolsa de Valores. O objetivo dessa aliança foi desburocratizar, facilitar e agilizar a venda de títulos públicos federais para pessoas físicas em geral.

É por isso que — como o próprio nome diz — o Tesouro “Direto” visa negociar frações de títulos públicos com valores acessíveis e custos baixos “diretamente” com os investidores. Com ele, os títulos emitidos pelo Tesouro Nacional passaram a ser produtos mais democráticos, ficando disponíveis no mercado para qualquer pessoa física investir de maneira descomplicada.

Isso significa que, na atualidade, é muito fácil para pessoas físicas que optam por poupar pensando no futuro compor carteiras de investimentos com títulos do Tesouro Direto. Além disso, destaca-se também que existem diversas opções de títulos para diferentes objetivos, prazos e perfis de risco, como será exposto posteriormente.

Mas, antes disso, é preciso que todos entendam, em primeiro lugar, qual a importância do Tesouro Direto para os investidores e para o mercado como um todo.

Qual a importância do Tesouro Direto

A plataforma do Tesouro Direto, que já possui cerca de 2 décadas de existência, passou a ter grande importância no mercado. Neste sentido, as principais vantagens do Tesouro Direto para investidores e para o governo são:

Vantagem do Tesouro Direto para os investidores

Sem dúvida, quem saiu mais beneficiado da criação da plataforma pela bolsa brasileira, a B3 (Brasil, Bolsa, Balcão), e pelo Tesouro Nacional foram os investidores. Afinal, a vantagem do Tesouro Direto para os investidores pode ser resumida na simplicidade que ele oferece para que poupadores possam investir.

Isso porque, antes da sua existência, aqueles que desejavam investir em títulos do governo de renda fixa não tinham tanta praticidade para realizar isto. Sendo que talvez a maneira mais fácil de se expor aos títulos do Tesouro Nacional era por meio dos Fundos de Investimentos.

Posteriormente, com a sua disponibilização no mercado, os investidores mais conservadores e aqueles que buscam a diversificação dos investimentos puderam aplicar diretamente nesses títulos de renda fixa do governo. Além disso, puderam auferir ganhos maiores, afinal os papéis do Tesouro Nacional remuneram mais que, por exemplo, a poupança.

Vantagem do Tesouro Direto para o governo

Como foi colocado, a criação do Tesouro Direto pelo governo, em parceria com a bolsa de valores, trouxe mais benefícios para os investidores pessoas físicas. No entanto, não há como deixar de mencionar a vantagem do Tesouro Direto para o governo.

Isso porque, com a disponibilização da plataforma para investidores no mercado, o Tesouro Nacional foi capaz de diversificar e ampliar a sua base de financiamento. Afinal, antes de sua criação, a maior parte dos recursos captados era de origem institucional e estrangeira.

Então, com a entrada dos investidores pessoa física em massa no investimento em títulos do Tesouro Direto, o Tesouro Nacional — responsável pela emissão dos papéis — passou a ter mais estabilidade nas suas fontes de financiamento, agora mais diversificadas entre os diferentes agentes do mercado.

Como funciona o Tesouro Direto?

Ter conhecimento sobre como funciona o Tesouro Direto é fundamental para evitar confusões na hora de aplicar em títulos públicos. Isso porque, como foi colocado, não é possível investir diretamente no Tesouro Direto, mas sim nos títulos oferecidos em sua plataforma.

Afinal, o TD é apenas uma plataforma de negociação criada para que as pessoas físicas tivessem um acesso mais fácil aos títulos públicos oferecidos pelo Tesouro Nacional. Sendo que é apenas nesses títulos que é possível investir diretamente, e não no Tesouro Direto.

Para onde vai o dinheiro do Tesouro Direto?

Saber para onde vai o dinheiro do Tesouro Direto tem sido uma grande curiosidade daqueles que investem em títulos públicos. E não é à toa, porque, de fato, são muitas as possibilidade de uso desse recurso.

Como foi colocado, os títulos do Tesouro Direto são ofertados pelo Tesouro Nacional, que é uma espécie de caixa do governo federal brasileiro. Sendo assim, ao adquirir um título no TD, o valor aplicado terá como destino a conta da União.

Com esse recurso, o governo possui diversas possibilidades, como pagar a folha de pagamentos ou investir na saúde, na educação ou em infraestrutura, por exemplo. Além disso, ele também pode captar recursos para realizar o pagamento de outros títulos emitidos anteriormente e que eventualmente estão vencendo.

De qualquer forma, os investidores que aplicam recursos em títulos do Tesouro Direto podem se considerar financiadores do governo brasileiro. Sendo que o dinheiro investido por essas pessoas está (ou deveria estar) sendo utilizado para o crescimento do país.

Por fim, vale destacar que nos anos posteriores à criação do TD, essa plataforma ainda era pouco significativa frente ao volume total de recursos captados pelo governo no mercado. Durante esses anos, a pessoa física ainda detinha muito dinheiro na poupança e quase nada aplicado nos títulos do Tesouro Direto.

Contudo, essa realidade vem se alterando. Para se ter uma ideia, o número de brasileiros que aplicam em títulos públicos já ultrapassou a marca de 2 milhões, e o volume de títulos desses investidores já passa de 50 bilhões de reais.

Títulos do Tesouro Direto

Depois de entender um pouco melhor sobre o seu funcionamento, a maior parte dos investidores busca saber quais são, de fato, os títulos do Tesouro Direto oferecidos pelo Tesouro Nacional. Afinal, como já foi colocado, existem diferentes títulos disponíveis no mercado.

Além disso, é preciso compreender bem esses títulos, porque cada um deles possui características de funcionamento próprias. Portanto, para cada um dos papéis oferecidos, existem prazos, perfis e objetivos de investimentos que melhores se adequam para cada tipo de investidor. Por fim, então, os títulos do Tesouro Direto são:

Tesouro Selic

O primeiro, e talvez mais conhecido, título disponível no Tesouro Direto é o Tesouro Selic. Como seu próprio nome diz, basicamente esse título remunera os aplicadores de acordo com a Taxa Selic vigente.

Essa Taxa Selic, por sua vez, é a taxa básica de juros brasileira. Grosseiramente, é como se ela fosse uma “taxa mãe” da economia, a qual influencia praticamente todas as outras taxas do mercado, como:

CDI (Certificado de Depósito Interbancário);Juros de empréstimos e financiamentos;Poupança.

Destaca-se que a Taxa Selic é definida pelo Copom (Comitê de Política Monetária). Sendo que esse comitê é formado por uma oito membros que definem, a cada 45 dias, por reduzir, manter ou elevar a taxa básica de juros da economia.

Com base nas decisões desse comitê de política monetária, a taxa mãe da economia oscila ao longo do tempo. Abaixo, o histórico das decisões do Copom com relação ao percentual da Taxa Selic:

Com base neste percentual anual da Taxa Selic que a remuneração do Tesouro Selic é calculada. Contudo, destaca-se que o rendimento do título é diário. Então, diariamente o seu valor é apreciado com base na equivalência percentual da Selic ao ano para ao dia.

Além disso, vale observar um outro ponto, que é a queda da Taxa Selic e, consequentemente, da remuneração do Tesouro Selic, ao longo dos últimos anos. Mas apesar do percentual da taxa ao ano ter se reduzido, destaca-se que a inflação ao longo desse período também apresentou tendência de queda.

Portanto, o rendimento real do Tesouro Selic não variou tanto quanto a variação da sua remuneração percentual ao longo do tempo. Ainda, é preciso também ressaltar que o risco-país do Brasil ao longo do período também veio se reduzindo — o que influencia diretamente a queda da taxa básica de juros da economia.

Tesouro Prefixado

O segundo título do Tesouro Direto é o Tesouro Prefixado. Como o próprio nome desse título sugere, o seu rendimento é sempre determinado previamente no momento da aplicação.

Assim, o investidor que aplica sua poupança no Tesouro Prefixado sabe exatamente o valor percentual que o seu recurso será corrigido. Com isso, é possível saber com exatidão quanto o indivíduo ganhará em seu investimento.

No entanto, há uma questão importante: o percentual prefixado de rendimento desse título do Tesouro Nacional só é garantido em seu vencimento. Em outras palavras, o rendimento compactuado no momento da aplicação só é válido na hipótese de o investidor aguardar o vencimento do seu título.

E caso o investidor tenha o desejo ou a necessidade de resgatar os recursos aplicados antes, não há problema. Afinal, a liquidez financeira dos títulos do Tesouro Direto é diária. No entanto, nos resgates antecipados em relação ao vencimento, o rendimento prefixado combinado não é considerado.

Então, para calcular o quanto terá rendido um título prefixado de resgate imediato, há o fenômeno de marcação a mercado. Basicamente, esse processo precifica os títulos de acordo com o valor do juros vigente no mercado no dia do resgate.

Exemplo de marcação a mercado

Para entender melhor, considere o seguinte exemplo de marcação a mercado fictício:

Rentabilidade do Tesouro Prefixado 2026 em 01/05/2020: 8% ao ano;Rentabilidade do Tesouro Prefixado 2026 em 10/09/2020: 12% ao ano.

Neste exemplo hipotético, a rentabilidade financeira anual do título Tesouro Prefixado com vencimento em 2026 variou de 8% em maio de 2020 para 12% em setembro desse mesmo ano. Isso significa, portanto, que o investidor que adquiriu o título em maio possui um ativo menos valioso do que aquele que aplicou neste mesmo papel em setembro.

Dessa forma, caso o investidor que aplicou em maio deseje vender, em setembro, o seu título de remuneração de 8% ao ano, então ele terá que se desfazer de desse ativo por um valor inferior do que pagou. Afinal de contas, não faz sentido a venda desse título ser feita no mercado secundário no mesmo valor que o título à venda no mercado primário (que possui 12% a.a de rendimento).

E da mesma forma que esse prejuízo pode acontecer, os investidores também podem ganhar muito dinheiro com a marcação à mercado. Isso porque a variação de juros poderia ter acontecido de maneira inversa.

Neste caso, o título de 12% a.a teria sido adquirido em maio e o investidor realizaria a venda em setembro, quando esse ativo estaria com 8% a.a de rendimento. Em outras palavras, a marcação à mercado agiria em favor do investidor, valorizando, e muito, o valor do seu título.

Todavia, como foi colocado, esse fenômeno de marcação à mercado ocorre, como foi colocado, apenas na hipótese de venda antecipada. No caso da espera pelo vencimento, cada um desses dois títulos renderia exatamente o percentual acordado no momento da aplicação. Ou seja, 8% e 12% ao ano para cada um dos títulos.

Tesouro Pós-fixado

Por fim, outra classe de título do Tesouro Direto é o Tesouro Pós-fixado. Basicamente, nos rendimentos pós-fixados, a remuneração é composta por uma parte fixa e por outra variável. No caso da parte variável, esta á indexada a indexador.

E além da parte indexada, há também a parte fixa, que é prefixada no momento da aquisição do título, da mesma forma que acontece no Tesouro Prefixado. Abaixo, as duas modalidades do Tesouro Pós-fixado do Tesouro Direto:

Tesouro IPCA

A primeira modalidade de rendimento dos títulos públicos pós-fixados o Tesouro IPCA, que, como o próprio nome diz, está atrelado ao IPCA (Índice Preços ao Consumidor Amplo). Este índice, por sua vez, é o eleito como a inflação oficial do Brasil.

Com isso, o investimento no Tesouro IPCA protege o investidor do risco inflacionário. Afinal, parte do rendimento do título está atrelada à variação da inflação e a outra é considerada o rendimento real do título. Ou seja, o rendimento além da variação da inflação.

É por isso que os títulos do Tesouro IPCA+ são apresentados da seguinte forma:

Tesouro IPCA 2026: IPCA + 2,50%;Tesouro IPCA 2045: IPCA + 3,80%.

E além do Tesouro IPCA+, chamado de NTN-B principal, há também o título do Tesouro IPCA chamado de NTN-B, ou apenas IPCA+ com juros semestrais. No seu caso, como o próprio nome também sugere, o Tesouro realiza o pagamento de juros, chamado de cupons, a cada semestre.

Alguns exemplos do Tesouro IPCA com juros semestrais são:

Tesouro IPCA 2040 com juros semestrais: IPCA + 3,10%;Tesouro IPCA 2055 com juros semestrais: IPCA + 4,04%.

Como pode ser observado em ambos os títulos, quanto maior o seu prazo, maior também o retorno. Isso porque quanto maior o prazo, maior também o risco do título, por contas incertezas com relação à situação fiscal do governo no futuro.

Tesouro IGP-M

Por fim, outro tipo de título pós-fixado do Tesouro Direto é o Tesouro IGP-M. E como já é possível de se esperar, o rendimento desse título está atrelado a outro indexador, que no caso é o Índice Geral de Preços de Mercado, o IGP-M, conhecido como a inflação do aluguel.

Também conhecido como NTN-C (Notas do Tesouro Nacional da Série C), esse título pós-fixado ficou disponível no mercado apenas entre 2002 e 2006. Depois disso, sua negociação passou a ser realizada apenas no mercado secundário.

Contudo, vale destacar que ainda existem alguns títulos do Tesouro IGP-M com vencimento ativo e que continuam remunerando aqueles investidores que os mantiveram. No caso, há um título com vencimento em abril de 2021 e outro que finaliza em janeiro de 2031.

Características do Tesouro Direto

Depois de conhecer um pouco mais sobre os títulos do Tesouro Nacional disponíveis, o próximo passo é conhecer quais são as características do Tesouro Direto que valem para todos os títulos. Abaixo, alguns dos pontos em comum entre os diferentes papéis ofertados no mercado:

Prazos e resgates do Tesouro Direto

Para aqueles que possuem receio quanto aos prazos e resgates do Tesouro Direto, não há o que se preocupar. Isso porque, ao contrário da maior parte dos títulos de crédito privado de renda fixa, os títulos públicos do Tesouro Nacional possuem alta liquidez financeira.

Essa liquidez do Tesouro Direto acontece porque o Tesouro Nacional garante para os investidores a compra de seus títulos no mercado na hipótese de resgate antecipado. Em outras palavras, todos os títulos possuem uma data de vencimento, mas o investidor pode se desfazer do papel a qualquer momento, vendendo-o no mercado de volta para o Tesouro.

É preciso ficar atento, contudo, porque essa venda do título de volta para o Tesouro ocorre à valor de mercado. Com isso, há o efeito da marcação à mercado, que ajusta o valor do título de acordo com as taxas de juros vigentes no momento da venda.

Sendo assim, no caso dos títulos prefixados e pós-fixados, o investidor pode vender o título com um lucro maior ou menor do que o esperado, levando em conta o ajuste do juros. Além disso, no curto prazo, é possível ainda que a venda seja realizada com prejuízo, no caso do aumento dos juros no mercado após o investimento do aplicador.

Custos do Tesouro Direto

Mais uma dúvida comum daqueles que ainda não investem em títulos públicos é quanto aos custos do Tesouro Direto. Isto é, quais são as eventuais taxas que o investidor está sujeito ao realizar o seu investimento.

E, nesse sentido, os principais custos que podem existir no investimento no Tesouro Direto são:

1. Taxa de custódia da B3 no Tesouro Direto

O primeiro encargo que os investidores possuem ao investir em títulos é a taxa de custódia da B3 no Tesouro Direto. Como foi colocado, essa plataforma foi criada em uma união entre o Tesouro e a Bolsa de Valores brasileira. Por isso, naturalmente existe uma taxa para que o sistema seja disponibilizado.

No caso, há a cobrança de 0,25% ao ano sobre o montante aplicado pelo investidor no Tesouro Direto. Sendo que esse valor é provisionado diariamente e é pago semestralmente ou na hipótese de venda antecipada do título.

Vale destacar, ainda, que essa taxa de custódia é cobrada sobre um limite máximo de aplicação de 5 milhões de reais. Além disso, no caso do Tesouro Selic, em 2020, a B3 isentou investidores com até 10 mil reais aplicados da taxa de custódia de 0,25% ao ano.

2. Taxa de administração da instituição financeira

Outra taxa que os investidores do Tesouro Direto devem ficar atentos é a taxa de administração da instituição financeira. Isso porque existem algumas empresas que podem cobrar uma tarifa para a compra e para a venda de títulos.

Isso significa que toda vez que o investidor comprasse ou vendesse seus títulos, a instituição cobraria uma tarifa por isso, por exemplo, 10 reais. No entanto, a maior parte das empresas do mercado já extinguiram essa taxa. Por isso, recomenda-se que o investidor pesquise se seu banco ou corretora ainda possui esse encargo para investir no TD.

3. Taxa de custódia da instituição financeira

Por fim, outro encargo que os investidores do Tesouro Direto podem eventualmente se sujeitar é a taxa de custódia da instituição financeira. Basicamente, esse encargo funciona da mesma forma que a custódia da B3 (Brasil, Bolsa, Balcão). Ou seja, a instituição cobra um percentual sobre o montante aplicado para manter o investimento do aplicador no Tesouro Direto.

E assim como a taxa de administração, a taxa de custódia também já foi extinguida da maior parte das instituições financeiras do mercado. Por isso, não é recomendado que o investidor realize seus investimentos por meio de uma empresa que ainda mantenha essa cobrança de custódia.

Tributação do Tesouro Direto

Outro ponto importante com relação ao investimento em títulos públicos é quanto a tributação do Tesouro Direto. Isto é, a qual tipo de imposto e a quais alíquotas o investidor deve estar preparado para pagar sobre o seu lucro.

E, neste sentido, ressalta-se que o investimento em títulos públicos segue a mesma regra tributária da renda fixa. Ou seja, o imposto é calculado sempre sobre o lucro, com alíquotas que variam de acordo com a tabela regressiva de imposto de renda:

22,5%: vencimentos ocorridos até 180 dias após a data da aplicação;20,0%: vencimentos de 181 dias até 360 dias após a data da aplicação;17,5%: vencimentos de 361 até 720 dias após a data da aplicação;15,0%: vencimentos após 720 dias da data da aplicação.

Essas alíquotas de Imposto de Renda são recolhidas na fonte. Portanto, fica à cargo da própria Corretora realizar a retenção. Por outro lado, o investidor deve declarar tanto seu patrimônio quanto os rendimentos que já tiveram a tributação em sua Declaração de Imposto de Renda, que normalmente é entregue no final do mês de abril.

E além do imposto regressivo sobre o lucro, o investimento no Tesouro Direto também está sujeito ao IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Contudo, o IOF do Tesouro Direto é incidente apenas sobre os 29 primeiros dias de aplicação, sendo que ele possui a seguinte alíquota regressiva:

Riscos do Tesouro Direto

Uma dúvida comum, e também muito válida, daqueles que ainda não investiram em títulos públicos diz respeito a quais são os riscos do Tesouro Direto. Essa dúvida é muito legítima, pois ninguém deseja investir o suado dinheiro do trabalho para perdê-lo facilmente.

Neste ponto, é preciso destacar que investir nos títulos do Tesouro Nacional é estar exposto ao risco soberano do Brasil. Alguns investidores costumam atribuir esses títulos, portanto, como “risco zero” ou taxa livre de risco.

Isso porque, apesar de ser um consenso que não existe investimento sem risco, é também sabido que o risco de crédito do Tesouro Nacional é muito pequeno. Afinal, para o Tesouro “quebrar”, o país inteiro, incluindo todo o Sistema Financeiro com os principais bancos, deverá entrar também em derrocada.

Destaca-se também que, na hipótese do governo não ter recursos para pagar os investidores, ele imprime dinheiro e paga. Além disso, há também a possibilidade de aumentar suas receitas, por meio do aumento dos impostos, para levantar recursos para o pagamento de juros da dívida.

É por conta dessas possibilidades que só os governos têm que se considera o investimento em títulos públicos como algo extremamente seguro. Afinal, nenhum outro tipo de credor possui a chance de imprimir dinheiro ou de aumentar as receitas unilateralmente para quitar dívidas.

Rentabilidade do Tesouro Direto

Por fim, e não menos importante, é sobre a rentabilidade do Tesouro Direto. Afinal de contas, todos aqueles que realizam qualquer investimento estão interessados no lucro que ele pode oferecer.

No caso dos títulos do Tesouro, é preciso destacar que a rentabilidade oferecida não é a melhor da renda fixa. Isso porque, como regra, quanto menor o risco, menor o retorno; e, da mesma forma, quanto maior o risco, maior o retorno.

Assim, como os riscos do Tesouro Direto são muito pequenos, o retorno que ele oferece será, logicamente, menor em relação a outros títulos mais arriscados, como:

CDBs (Certificados de Depósitos Bancários);LCA (Letra de Crédito do Agronegócio);LCI (Letra de Crédito Imobiliário).

Apesar de esses outros títulos de renda fixa acima não serem exatamente arriscado, todos eles possuem risco maior que o Tesouro Direto. Isso porque são títulos de crédito privados, atrelados a instituições financeiras que não possuem os mesmos mecanismos de levantar recursos como o governo.

Vale a pena investir no Tesouro Direto?

Após conhecer e depois de considerar todas essas características dos títulos públicos do governo brasileiro, muitos investidores podem se perguntar: mas será que realmente vale a pena investir no Tesouro Direto?

Investir no Tesouro Direto ou em outros títulos de renda fixa?

Como foi colocado, a rentabilidade dos títulos públicos não é a maior do mercado. Por isso, muitos investidores podem ficar na dúvida sobre investir no Tesouro Direto ou em outros títulos de renda fixa, como:

Debêntures;CDBs (Certificados de Depósitos Bancários);LCIs (Letras do Crédito Imobiliário);LCAs (Letras do Crédito do Agronegócio);CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários);CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio).

Esses são alguns dos outros títulos de renda fixa disponíveis no mercado para os investidores, mas que são de crédito privado. Isto é, títulos emitidos por companhias privadas, como instituições financeiras ou sociedades anônimas (S/A).

Contudo, vale destacar que nenhum desses títulos exclui o outro. Isso porque a rentabilidade deles é diferente justamente por causa do risco diferente que cada um deles possui.

Assim, nada impede de o investidor diversificar sua carteira de renda fixa com títulos de crédito privado, que são mais arriscados e que possuem maior rentabilidade, e com títulos públicos, que possuem rentabilidade menor, mas maior segurança.

Além disso, dizer se vale ou não a pena investir no Tesouro Direto vai depender muito do perfil e do objetivo do investidor. Por exemplo, para aqueles que desejam realizar reservas de emergência ou de oportunidade, o Tesouro Selic pode sair muito à frente da maior parte dos títulos privados de liquidez diária.

Ainda para aqueles que desejam investir para o longuíssimo prazo e que não desejam ter que procurar um novo título privado dentro de alguns anos, então os títulos pós-fixados do Tesouro Direto também podem ser a melhor opção. Afinal, existem títulos disponíveis que possuem vencimento em mais de 30 anos.

Como investir no Tesouro Direto?

Depois de entender mais sobre as características sobre os títulos do Tesouro Nacional, muitos investidores podem se interessar por começar a investir nesses ativos.

O passo a passo sobre como investir no Tesouro Direto é o seguinte:

Abrir conta em uma corretoraTransferir os recursosEscolher o título Investir e esperar

1. Abrir conta em uma corretora

O primeiro passo para começar a investir no Tesouro Direto é abrir uma conta em uma corretora de valores. Com essa conta aberta, o investidor poderá acessar a plataforma do Tesouro onde os títulos são ofertados para o mercado.

Vale destacar que recomenda-se, via de regra, que o investimento seja feito por meio de uma corretora, e não por um banco de varejo. Isso porque, na maior parte das vezes, os bancos tradicionais cobram taxas para a aplicação em títulos do Tesouro Direto, o que pratica que é quase que inexistente entre as corretoras de valores do mercado.

De qualquer forma, no portal do Tesouro Direto é possível ver a lista de corretoras habilitadas e quais são aquelas integradas ao sistema do TD. Além disso, é possível conferir também as taxas cobradas por cada uma das instituições.

2. Transferir os recursos

O segundo passo para aplicar em um título do Tesouro Nacional e começar a investir a partir do Tesouro Direto é transferir os recursos para a conta que foi aberta na corretora de valores. Assim, o investidor terá o capital disponível na conta para realizar a sua aplicação.

3. Escolher o título

Em terceiro lugar, o próximo passo é escolher qual será o título do Tesouro que o investidor irá realizar sua aplicação. Sendo que para definir isso, como foi colocado, é preciso que seja feita uma avaliação com relação ao perfil, ao objetivo e ao prazo do aplicador.

4. Investir e esperar

Por fim, depois de escolher o título que será investido, o último passo para investir no Tesouro Direto é, finalmente, realizar a aplicação no título desejado e esperar o tempo passar. Afinal de contas, os resultados do investimento virão simplesmente com o decorrer do tempo e dos juros compostos.

E então, conseguiu entender mais sobre o que é e sobre como funciona o Tesouro Direto? Deixe abaixo suas dúvidas ou comentários sobre essa plataforma de negociação de títulos do Tesouro Nacional.

Perguntas frequentes sobre o Tesouro Direto

O que é o Tesouro Direto?

O Tesouro Direto é uma plataforma criada em parceria da bolsa de valores com o Tesouro Nacional para facilitar a aplicação em títulos públicos realizada por investidores pessoa física. Nessa plataforma, é possível investir de maneira fácil, rápida e prática nos títulos públicos do Brasil.

Qual a rentabilidade do Tesouro Direto?

A rentabilidade do Tesouro Direto irá depender de alguns fatores, como o tipo de título investido, o percentual prefixado compactuado no momento da aplicação e a taxa de juros vigente no mercado no momento em que o cálculo da rentabilidade é feito.

Como investir no Tesouro Direto?

Para investir no Tesouro Direto o investidor deve abrir conta em uma corretora de valores, transferir os recursos a ser investido, escolher o ativo que será adquirido e, por fim, investir no título escolhido.

Qual a melhor instituição financeira para investir no Tesouro Direto?

A melhor instituição financeira para investir no Tesouro Direto é aquela que não cobra taxas para isso, como taxas de custódia ou de corretagem. E dentre as que não possuem esses encargos, a melhor opção dependerá das preferências de cada investidor.

Tem que depositar todo mês no Tesouro Direto?

Apesar de ser possível depositar todos os meses no Tesouro Direto, essa não é uma regra desse investimento. Então, o investidor pode aplicar sempre quando e quanto quiser nos títulos do Tesouro — respeitando, claro, o horário comercial e o valor mínimo de aplicação de cada título.

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Bibliografia para Tesouro Direto






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Fonte: Suno