O crescimento do setor de TI está cada vez mais acelerado e, a cada dia que passa, as demandas da área agregam mais valor a todos os segmentos (saúde, serviços, educação, dentre outros). A tecnologia está presente na rotina das pessoas e empresas e há quem diga que, nos próximos anos, nenhum setor conseguirá sobreviver se não instaurar o uso da tecnologia da informação.
Segundo estudo de mercado ABES/IDC, no Brasil, o mercado de software continuou a apresentar crescimento mais acentuado em 2022, na ordem de 7,9%, superando o setor de serviços, que teve um crescimento de 6,4% no mercado doméstico no mesmo período. O estudo revelou cerca de 33.475 empresas dedicadas ao desenvolvimento e produção de software, distribuição e prestação de serviços no mercado nacional, e mostrou que 64,6% delas têm como atividade principal o desenvolvimento e a produção de software ou prestação de serviços.
A demanda existe, porém faltam profissionais. Segundo a Brasscom (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação), existe uma demanda média anual de 159 mil profissionais no país, mas o Brasil só forma 53 mil pessoas na área por ano. Em São José do Rio Preto (SP) e região, os números acompanham o cenário nacional. Estima-se que mais de 500 mil profissionais de TI estejam no estado de São Paulo. Desses, mais de 12 mil estão na região de Rio Preto. Ainda assim, faltam profissionais para atender a demanda que só vem crescendo.
Especialistas do setor afirmam que entre 2021 e 2022, quando as empresas saíram desenfreadamente recrutando profissionais de TI por conta do processo de digitalização de seus negócios, foi desafiador contratar profissionais, já que a alta gerou aumento salarial sem muitos critérios, além de elevar profissionais a níveis seniores de maneira inadequada. “Podemos dizer que ainda temos muito mais posições do que profissionais para comportar numa senioridade adequada. Para isso, uma das estratégias que adotamos foi a formação interna. Há 3 anos mantemos nosso programa de estagiários em tecnologia com entrada de 10 a 15 profissionais por ano onde absorvemos 70% dos talentos”, explicou Cristina Bertolino, Diretora de Governança e DO da Shift, empresa de tecnologia para o setor de medicina diagnóstica.
Investimento em formação de profissionais e networking
A dificuldade de encontrar mão de obra pronta no mercado tem feito o setor se movimentar e investir na formação de profissionais para trabalhar na área de tecnologia. A Apeti (Associação dos Profissionais e Empresas de Tecnologia da Informação), por exemplo, possibilita a 20 estudantes a oportunidade de estar em contato direto com empresas de tecnologia de destaque da região noroeste paulista, o que se configura como oportunidade de emprego no futuro para aqueles que se destacarem.
Também com o intuito de fomentar os negócios e a troca de experiências não só para o ecossistema regional mas sim ter uma abrangência muito mais ampla num mercado cada vez mais globalizado, será realizado, em outubro, o Rio Preto Tech Summit 2023, evento que contará com grandes nomes acadêmicos e do segmento de tecnologia para tratar de tendências, novas estratégias, mercados, inovação – como inteligência artificial, ciência de dados, disrupção, transformação e evolução digital – e as conexões humanas em tempos digitais.
“A evolução no mercado da tecnologia da informação é constante. É notório perceber que cada vez mais as empresas estão percebendo a importância da TI e dos diversos benefícios que ela traz para os negócios e para a sociedade, por isso precisamos preparar nossas empresas para receber a demanda que só tende a aumentar”, diz Marcelo Lorencin, presidente da Apeti.