Neste sábado, dia 16 novembro, é o Dia do Não Fumar. Diante dos enormes malefícios do tabagismo à saúde das pessoas, na verdade, todo dia deveria ser o Dia do Não Fumar, na opinião da médica cardiologista Adriana Bellini Miola, do IMC – Instituto de Moléstias Cardiovasculares. “Vários estudos e pesquisas mostram números estarrecedores do impacto do fumo na saúde das pessoas, inclusive vitimando milhares delas”, afirma a cardiologista.
A cada ano, 1,9 milhão de pessoas morrem por doenças cardíacas causadas pelo tabaco, segundo levantamento conjunto da Organização Mundial da Saúde (OMS), Federação Mundial do Coração e Universidade de Newcastle na Austrália. No Brasil, por ano, mais de 33 mil pessoas morrem por problemas cardiovasculares que derivam do tabaco, segundo o Ministério da Saúde. Já estudo da Fundação do Câncer aponta que o tabagismo responde por 80% das mortes por câncer de pulmão no Brasil.
“O fumante tem o risco de morte súbita até quatro vezes maior do que não fumantes. Trata-se da maior causa evitável de mortes no mundo”, ressalta Dra. Adriana. “As pessoas precisam parar de fumar.”
O coração é afetado pela liberação de adrenalina provocada pela nicotina, que acelera o ritmo cardíaco, aumenta o consumo de oxigênio e a pressão arterial, além de agredir a parede interna dos vasos sanguíneos, chamada de endotélio. Somente essa reação já é o suficiente para deixar as artérias mais vulneráveis ao depósito de placas de gordura. Outra interferência acontece no mecanismo de contração e relaxamento do coração. Isto resulta em uma maior dificuldade para o sangue circular.
Entre as principais doenças cardiovasculares causadas pelo tabagismo estão a insuficiência coronariana, infarto do miocárdio, aneurisma da aorta abdominal, desenvolvimento de arritmias graves e AVC – acidente vascular cerebral. Independentemente da frequência com que a pessoa fuma e se é cigarro (eletrônico inclusive), cachimbo ou charuto, uma única unidade já provoca malefícios, não importa a quantidade. “Fumar pouco ou esporadicamente também faz mal”, enfatiza Dra. Adriana.
Ela lembra ainda que o fumante passivo também está exposto ao perigo. Há estudos que apontam que conviver com quem fuma afeta o coração, além de aumentar em duas vezes o risco de câncer.
Ao parar de fumar, os benefícios são imediatos, destaca a cardiologista do IMC. “Há redução de cerca de 50% no risco de infarto no primeiro ano. Porém, são necessários cerca de 10 anos sem fumar para igualar o risco cardiovascular de um ex-fumante ao risco de quem nunca fumou. Por isso, quanto antes largar o cigarro, melhor”, diz Dra. Adriana.
Para se livrar do vício, existem vários métodos que podem ser utilizados, desde a parada abrupta até o suporte de produtos à base de nicotina, as chamadas terapias de reposição. “O ideal é parar completamente. Dependendo do perfil do paciente e do seu grau de dependência, o tratamento poderá incluir a associação de técnicas multidisciplinares. Podem ser utilizadas as terapias de reposição, como o uso de chicletes e adesivos de nicotina, e medicamentos específicos e antidepressivos”, relata a cardiologista.
Alimentação saudável e prática de atividades físicas devem ser incorporadas imediatamente à rotina do ex-fumante, sob acompanhamento de um médico e de um profissional de educação física.
Fonte: Assessoria de Imprensa
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