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Endocrinologista alerta sobre falsificação das canetas emagrecedoras

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Os remédios para emagrecimento estão sendo amplamente procurados e comercializados. Com isso, um problema acende o alerta aos que, muitas vezes, compram gato por lebre.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária, tem discutido e buscado meios para fiscalizar e impedir a venda do Mounjaro (nome comercial da Tirzepatida) – comumente utilizada para o tratamento do diabetes tipo 2 e obesidade.

Segundo o endocrinologista Dr. Flavio Fontes Pirozzi, é preciso ressaltar dois pontos em que uma pessoa pode ser enganada:

·       a Tirzepatida é uma molécula nova e está sob patente comercial e por isso não existe cópias/similares/genéricos/manipulados e a maioria dos insumos para fazer esse remédio (que não sabe o que realmente é) está vindo de países como China e Índia;

·       muitas canetas estão sendo contrabandeadas no Brasil e muitas vezes são transportadas por horas fora de refrigeração (canetas fechadas devem ficar em temperatura de geladeira de 2-8 graus pois, do contrário, perdem a efetividade).

“O risco seria aplicar algo que não é a Tirzepatida e pode ser qualquer medicação e aplicar dentro do seu corpo uma substância que pode conter impurezas. No caso de uma Tirzepatida (Mounjaro) original você pode estar usando uma medicação ineficaz”, explicou o endocrinologista.

SINTOMAS COMUNS E EFEITOS ADVERSOS

        Pirozi explica que, o efeito principal do Mounjaro é a saciedade e como principais efeitos colaterais estão a náusea, vômito e constipação. “Sintomas e efeitos adversos que não se parecem com isso requer atenção. Já vi pacientes se queixarem de taquicardia e agitação com uso de produtos adulterados. Também podemos desconfiar daquele paciente que não está sentindo saciedade e nem efeitos colaterais pois isso pode ser uma caneta contrabandeada”, alerta.

Além disso, o médico afirma que não se sabe ao certo sobre todos os efeitos colaterais dessas medicações falsas já que, não há meios para rastrear do que se trata a molécula que está sendo aplicada no subcutâneo dos pacientes.

VÍTIMAS

O profissional compartilha que, há cerca de um ano houve um caso de uma paciente que comprou uma caneta de Semaglutida (Ozempic) no Rio de Janeiro e foi internada por hipoglicemia. Pouco depois, foi descoberto que se tratava de insulina. “Aqui na nossa cidade tivemos um caso de uma paciente com diabetes que foi encorajada a parar as outras medicações e usar uma Tirzepatida falsa dentro de uma clínica; nesse caso a paciente teve uma complicação aguda séria chamada cetoacidose diabética pois ela não estava tratando o diabetes com uma medicação correta”, contou.

FIQUE ATENTO:

De acordo com o especialista, o Mounjaro é vendido apenas em farmácias e o direito da venda é apenas do laboratório da molécula até a manutenção da patente. Outra questão é que, as canetas de Mounjaro que estão sendo comercializadas no Brasil são de uso descartável e cada caixa da medicação deve conter quatro canetas descartáveis com o nome da medicação e a sua respectiva dose (no Brasil temos apenas as dosagens de 2,5, 5, 7,5 e 10mg;

·       Não aceite nomes que não sejam o do Mounjaro;

·       Não aceite receber doses fracionadas de ampolas que você não sabe a procedência e vale apenas ressaltar que, segundo o Código de ética Médica, é vedado ao médico a comercialização, venda e aplicação de remédios dentro do seu consultório;

Ainda segundo ele, desde junho é obrigatório a apresentação da receita para a compra dessas medicações. Desse modo, lugares que vendam o suposto remédio sem receita denotam irregularidades. “Nesse caso o melhor seria conversar com um médico ético sobre o que está acontecendo e também existe a possibilidade de denúncia para o laboratório Lilly ou a ANVISA”, indica.

SEM GOLPES

Flavio orienta que a compra da medicação seja feita apenas em farmácias de confiança – e isso não inclui as farmácias de manipulação. “A pessoa tem que ver se a caneta apresenta todas as especificações descritas acima. Desconfie de clínicas que aplicam a medicação e/ou não te dão a opção de receber uma receita para você mesmo comprar a medicação”, acrescenta.

Em casos de dúvidas, o especialista ressalta que, é possível solicitar a receita para o profissional responsável pelo atendimento, já que, a medicação deve ser prescrita e acompanhada por um médico. “Como todo remédio, ele tem mecanismos de ação e efeitos colaterais que deve ser manejado por médicos especialistas no assunto”, reforça.

Fontes salienta que o diabetes tipo 2 e a obesidade são doenças metabólicas crônicas e, por isso, não tem cura. Entretanto, para um bom controle das doenças, o caso deve ser acompanhado por médicos especialistas no assunto. “Desconfie de médicos que inventam especialidades que não existem como medicina integrativa, hormonologia, medicina da obesidade e hipertrofia”, atesta.

Prof. Dr. Flavio Fontes Pirozzi
Médico Endocrinologista titulado pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM)
CRM 125546/SP
RQE 43225
Mestrado pela UNESP
Doutorado pela FAMERP
Professor de Endocrinologia pela Faculdade de Medicina da Unilago
Vice Presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes do estado de São Paulo

Por Daniela Manzani

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