Uma viagem pelas origens místicas do Halloween e sua transformação em fenômeno global da cultura pop
Fantasias, fantasmas, abóboras, aranhas e castelos abandonados. No Brasil, o Halloween é uma data que divide opiniões sobre ser apenas uma brincadeira ou uma prática atrelada à imitação que os brasileiros costumam replicar baseado nos hábitos americanos. Além do mais, há quem diga que a data faz alusão à feitiçaria e ao ocultismo sendo incompatível com os preceitos bíblicos. Apesar das opiniões mais específicas, no geral, a data tem bastante adeptos.
ORIGENS PAGÃS
O Halloween ou Dia das Bruxas tem sua origem nos povos celtas e teve início a partir de um ritual de Samhain (nome de origem gaélica com pronúncia “sáuen” ou “sáuin”), que era celebrada no dia 31 de outubro.
A celebração marcava o fim da colheita e o início do inverno, onde a escuridão e o frio eram tidos como elementos extremamente desafiadores. Assim, os celtas acreditavam que nessa noite, a linha que separa o mundo dos vivos e o mundo dos mortos era mais tênue, e que os espíritos dos mortos estariam a vagar.
INFLUÊNCIA ROMANA E CRISTÃ
Segundo diversos historiadores, quando a Grã-Bretanha foi conquistada pelos romanos, a festa de Samhain foi influenciada pelas tradições romanas.
Desse modo, a festa romana celebrava Pomona, deusa da colheita, e foi incorporada às celebrações de Samhain. Mais tarde, com a cristianização da Europa, a Igreja Católica estabeleceu o dia 1º de novembro como o Dia de Todos os Santos, uma celebração para homenagear os santos e os mortos. A noite anterior ao “Dia de Todos os Santos” se tornou conhecida como “All Hallows’ Eve” – que mais tarde foi abreviada para Halloween.
INCORPORADO NOS EUA
Com o passar dos anos, imigrantes irlandeses e escoceses que se instalaram nos EUA no século XIX, passaram a comemorar o Halloween. Lá, a celebração se transformou e se tornou mais comercial, incorporando elementos como jack-o’-lanterns (abóboras esculpidas), truques ou travessuras (trick-or-treating) e um dia para se fantasiar.
Com muitos simbolismos e tradições, as abóboras representam a colheita e a proteção contra os espíritos malignos, enquanto as fantasias soam como disfarces para evitar que os espíritos malignos as reconheçam. Já as gostosuras ou travessuras, são uma tradição que remonta à Idade Média, quando as pessoas iam de porta em porta pedindo comida e outros presentes. Os doces distribuídos para as crianças que vão de porta em porta, funcionam como uma forma de “comprar” a proteção dos espíritos malignos.
Como vimos, o Halloween é uma celebração que evoluiu ao longo dos séculos, incorporando elementos de diferentes culturas e tradições. Hoje em dia, é uma festa popular em muitos países, principalmente nos EUA, celebrada com muita criatividade e encarado como uma data de diversão e brincadeiras!
VISÃO LOCAL
Em Rio Preto, uma das festas mais emblemáticas quando o assunto é halloween é a do CNA (escola de inglês).
Segundo a diretora da empresa Lena Bernardo, há 31 anos – quando a prática começou a ser elaborada na cidade, nunca houve conotação religiosa. De acordo com ela, atualmente a festa é pequena, devido a novos costumes e menos interesse por baladas.
Questionada sobre pessoas que se opõe à data, ela menciona que há uma parcela baixíssima de pessoas, comumente da ala evangélica que não adere; contudo de forma gentil, sem alardes. “Nossa festa continua, embora menor, as pessoas gostam muito e esperam pela decoração e pela brincadeira. Temos quase 2 mil alunos e quando fazemos algo mais assustador, é um ou dois que não se simpatiza, mas nunca recebemos críticas ferrenhas”, contou.
Por Dani Manzani